sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nossa nova grande Avenida


No momento que algo de novo acontece no centro da cidade morena Campo Grande, grandiosa capital de todos os sul-mato-grossenses, um arrojado projeto de urbanização, algo sublime nos toda o coração e a alma. Com a consciência tranqüila de estar contribuindo com toda a comunidade, pedimos licença para voltar a um assunto que merece uma reflexão pelos motivos seguintes:
Após se debruçar sobre os livros de história e que são poucos os existentes, fizemos uma pesquisa junto aos mais velhos, mais antigos moradores de Campo Grande; isso transcorreu ao longo de muitos anos, e infelizmente muitos dos nossos entrevistados já não estão entre nós; a voz corrente desses testemunhos é que nos conforta a certeza de estar no caminho certo.
Segundo esses registros e relatos, a atual Avenida Calógeras, uma das principais de nosso centro comercial, e também das primeiras do então Arraial de Santo Antônio de Campo Grande, que remonta a 1872; na confluência dos córregos Prosa e Segredo, onde nasce o então povoado, e vai se tornar ao depois a grande cidade morena, em forma de cruz, surgiu a Avenida Santo Antônio e a rua 26 de Agosto; por mais de 40 anos foi essa a denominação, e proveniente de uma grande Fé Cristã é criada a Capela e depois a Paróquia de Santo Antônio. Em 2012 acontece o Centenário dessa primeira Paróquia nos descampados da Serra de Maracajú, ao lado das nascentes do Anhandui.
Em 1919/1920 fato relevante acontece quando o Exército Nacional vai fazer a modernização de suas fileiras, isto em convênio com o Exército Francês; até então os grandes efetivos estavam ao longo da costa do Atlântico, e no sul/sudeste; nova formatação surge da necessidade de guardar os grandes vazios do centro-oeste e bacia amazônica, e os olhos da segurança nacional se voltam para o antigo Mato Grosso; aqui já havia chegado os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com destino a divisa em Corumbá; na Cidade Branca se encontravam os principais efetivos de fronteira oeste.
Houve uma disputa das regiões, sendo Corumbá para permanecer como principal centro de segurança, Cuiabá em sendo Capital do Estado, e Campo Grande. Foi embate de grande motivação histórica, isto porque seria criada a 1ª. Circunscrição do Serviço Militar, com domínio no Centro Oeste e Bacia Amazônica; o local escolhido iria receber grandes investimentos materiais e de pessoal, inclusive no tocante à saúde e logística de transportes, sociais e culturais; cada região oferecendo o que de melhor pudesse apresentar. Nessa contenda de interesses regionais, nessa época 1919/1920, a convite das autoridades locais, se desloca do Rio de Janeiro, Capital da República, o então Ministro da Guerra, Dr. João Pandiá Calógeras; todo seu Estado Maior, graduados em todas as patentes, num comboio que saiu de Bauru, no Estado de São Paulo, em missão especial de verificar “in-loco” e fazer essa definição; foi uma verdadeira apoteose essa recepção, com milhares de pessoas comuns, fazendeiros, comerciantes e políticos; somando a todo o efetivo militar regional que foi possível arregimentar para a grande ocasião. Após grande romaria, desfile, carreata e pessoas a pé, seguiram da Estação Ferroviária até a sede da Prefeitura na confluência das Avenidas Calógeras e Afonso Pena, onde ocorreu a grande solenidade; ali foi dado a ordem de construção do Hospital Militar, com 16 pavilhões independentes, e também a construção dos quartéis, e naquele momento ficava definido que Campo Grande seria a sede da 1ª. Circunscrição Militar, e depois da 9ª. Região Militar; 4ª. Divisão de Cavalaria, e finalmente Comando Militar do Oeste.
Em razão disto foi naquele momento substituído o nome da Rua/Avenida Santo Antônio por Avenida Calógeras, sendo aquele nosso Padroeiro Espiritual, e este com Justiça, cognominado em agradecimento àquele importante ato, nosso Protetor Material; segundo consta os historiadores, não houve maiores divergências, e hoje é fato consumado.
Mas eis que surge a reurbanização dos antigos trilhos da NOB, que partindo da Avenida Afonso Pena vai atingir a estação ferroviária, e fazendo contorno a esquerda, chega à ao Bairro Cabreúva, depois a Vila Planalto até alcançar a Praça Newton Cavalcante. Nossa lembrança às nossas autoridades, nossos historiadores, e a reflexão de todos: não seria a oportunidade de denominar essa NOVA e importante via de AVENIDA SANTO ANTÔNIO ???





Por Arthur Jorge do Amaral, da União Brasileira de Escritores – UBE/MS,


e-mail: arthurjdoamaral@uol.com.br

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