segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vida Exemplar de Altamirando Carneiro




ALTAMIRANDO, O HOMEM E AS LETRAS.



“O berço confere a existência, mas a vida é obra nossa.” – Emmanuel



Altamirando Dantas de Assis Carneiro nasceu na Fazenda Flores, Município de Coração de Maria, Estado da Bahia, em 3 de julho de 1941. Seus pais, já desencarnados, tiveram cinco filhos homens e três mulheres, estas, também, no plano espiritual.

Tendo vivido e se criado em Irará, Bahia, considera-se filho, pelo coração, deste local, onde exerceu suas primeiras atividades no campo literário, tais como: locutor do Serviço de Publicidade A Voz da Cidade; colaborador da Seção A Tarde nos Municípios, do jornal A Tarde, de Salvador; editor dos jornais murais do Ginásio e Colégio Normal São Judas Tadeu. Fácil perceber para onde as Letras o levavam.

Foi quando entrou no Espiritismo, após muitas dúvidas que procurava esclarecer através da leitura da revista Reformador, editada pela Federação Espírita Brasileira – FEB. Seu pai, que era espírita, tinha a assinatura da publicação. Conversando com sua professora Denise Valverde sobre o assunto, foi encaminhado, por ela, ao Centro Espírita A Caminho da Luz, onde lhe ofereceu um exemplar de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Assim, freqüentou e participou dos trabalhos assistenciais e doutrinários do Centro, durante o tempo em que viveu em Irará.

Dessa época, deixou inúmeros escritos, dentre eles poesias, que se perderam, na sua vinda para São Paulo. Mas, espírito dotado de sensibilidade, aguçado poder de observação e grande capacidade de criar, produziu outros tantos escritos, outros tantos poemas. Desses escritos e poemas, três livros, infelizmente, para seus admiradores, não editados.

Em todos os lugares onde trabalhou na capital paulista, Altamirando produziu escritos e poesias sobre os acontecimentos diários, na vivência com seus colegas. Tirava cópias dos mesmos e os distribuía. Sempre com linguagem simples, clara, objetiva e com leve humor, suas palavras iam passando de mãos em mãos.

Quando trabalhava em uma organização bancária, Lucia Lourenço, encarregada do seu setor, sugeriu-lhe que fizesse uma faculdade, uma vez que veio para São Paulo, com o curso colegial completo. Ingressou no Curso Objetivo com uma bolsa de estudos, com intenções de prestar o vestibular para a Universidade de São Paulo (USP), no final do ano. Mas, no meio do ano, um anúncio no próprio cursinho, mudou-lhe a rota: estavam abertas as inscrições para o curso de Comunicação Social, das Faculdades Objetivo, atual Universidade Paulista (UNIP). Prestou o vestibular e passou.

Sem condição para pagar a faculdade, inscreveu-se no Crédito Educativo e ganhou o direito a anuidade e manutenção, o que lhe garantiu concluir o curso, com opção em Jornalismo, com certa tranqüilidade.

No primeiro ano de faculdade, criou um jornalzinho com cinco colegas, e como a Diretoria da Escola não quisesse editá-lo por julgar os jovens sem maturidade suficiente para produzirem um jornal, trataram logo de rodá-lo em mimeógrafo.

Durante o período de estudos, continuava produzindo poesias e textos, cujas cópias passavam de mão em mão. No final desse primeiro ano, foi organizado um livro intitulado Diário Escolar, ilustrado pelo colega Henrique Rodrigues, com participação também do colega Fernando Benedito, que lhe traçou, em versos, um belo perfil. Esse livro foi produzido, mas não foi editado. Nos últimos semestres escolares, Altamirando participou com duas crônicas no jornal-laboratório da escola.

Mesmo atuando profissionalmente em áreas diversas, colaborou ativamente com jornais de bairro. Em 1º de maio de 1864, foi efetivado como jornalista da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), após período de um ano e meio como voluntário do jornal O Semeador, do qual foi o editor. Participou, ainda, do Jornal Espírita, publicado também pela FEESP. Hoje, aposentado como jornalista, é o editor dos dois jornais.

Altamirando Carneiro (como ele se assina) escreveu quatro livros, todos esgotados: Castro Alves e o Espiritismo (Edições FEESP); Abolição, Esperança de Ontem, Promessa de Hoje, editado pela Panorama Comunicações; No Limiar do Amanhã, Lições de Espiritismo com Herculano Pires e Seguindo os Passos de Jesus, pela Editora Camille Flammarion.

É também presidente da Arte poética Castro Alves que realiza concursos de poesias espíritas.

O Homem e as Letras, as Letras e o Homem. Altamirando, que foi expositor das Escolas de ensino doutrinário da FEESP por mais de vinte anos, é, atualmente, palestrante da Área Federativa, realizando palestras nos Centros Espíritas coligados à entidade. Ainda exerce, na instituição, a função de dirigente de tribuna, aos domingos, às 10h, no Auditório Bezerra de Menezes, e é redator dos Fatos e Atualidades Espíritas, apresentados pelos demais dirigentes de tribuna, na abertura das palestras aos domingos, no mesmo auditório.

Altamirando Carneiro é, acima de tudo, um homem simples, tranqüilo e constante bom humor, que segue divulgando a doutrina Espírita com sua pureza, levando consolo, esperança e conhecimento a todos que o ouvem ou lêem. É um privilégio contar com sua amizade. Nós, seus amigos, sabemos disso.



Entrevista concedida a Leda Maria Flaborea para o Jornal Espírita de Três Lagoas.

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