terça-feira, 25 de maio de 2010

Ofensivas só na aparência

     Muitas pessoas podem até acreditar que a preservação do meio ambiente depende de ações grandiosas e, geralmente, implantadas pela administração pública. Mas, na verdade, muito pode ser feito por qualquer um de nós no cotidiano. Um dos exemplos mais fortes nesse sentido é a maciça utilização dos sacos plásticos para transporte de pequenos produtos, que se popularizou a partir da década de 1970 em praticamente todo o planeta. Aparentemente inofensivo, este produto em contato com a natureza gera muitos transtornos caso não tenha destino adequado. A questão cada vez mais chama a atenção, gerando campanhas espontâneas, espetáculos teatrais e ações em escolas para reverter este quadro.
   Os números em torno do assunto impressionam. Em todo o mundo, anualmente, são produzidos 500 bilhões de unidades, equivalente a 1,4 bilhão por dia. No Brasil, a fabricação e utilização também preocupam: 1 bilhão de sacolinhas saem dos supermercados todos os meses. Na média, seria algo em torno de 66 sacolas, por brasileiro, em 30 dias.
     Dependendo da situação, as sacolas levam 100 anos para se decompor no meio ambiente, com isso os problemas que acarretam são vários e graves. Existem locais no mundo, principalmente na Ásia e Europa, que realizam operações sistemáticas para evitar a proliferação e o uso inadequado deste produto.
     Ao tomar consciência da questão, um grupo de amigos virtuais de Campo Grande, que se conheceu por meio de redes sociais, resolveu arregaçar as mangas e levar o assunto para a ordem do dia. “O grupo nem nome tem, juntamos pessoas dos 18 aos 70 anos, de várias áreas profissionais, para um trabalho de cunho social com relação a esse problema dos sacos plásticos”, explica o consultor financeiro Cássio Rodrigues Pereira, um dos organizadores do movimento denominado “Dia 100 sacola”.
     Como ação centralizada na internet, mas com apoio de mídias tradicionais como o jornal Correio do Estado e a Rádio Cultura, em 28 de novembro de 2009 o grupo ocupou a Praça Ary Coelho e propôs trocar 20 sacolas plásticas por uma sacola de tecido, com possibilidade de longo período de utilização, e uma muda de árvore nativa. A iniciativa superou as expectativas. Foram arrecadados cerca de 6 mil metros de plásticos e distribuídas 650 sacolas de tecido.
     Ação em junho
    Nova iniciativa acontecerá no dia 26 de junho, novamente em um espaço público. “O problema das sacolas plásticas apareceu nos comentários do pessoal que participava da rede social. Muitos falaram do problema na beira dos rios, onde podem ser encontradas”, aponta a jornalista Liziane Berrocal(foto), outra organizadora do evento. “Um aspecto importante é que esses saquinhos plásticos, como são leves, quando descartados inadequadamente acabam chegando ao Pantanal, na beira dos córregos, gerando problema enorme”, prossegue a jornalista.
     O grupo pretende que o movimento chegue a outros pontos do Estado. “Seria um desafio às cidades observar quem arrecada mais plásticos durante a campanha”, enfatiza Cássio(foto). A perspectiva é de que, nesta segunda edição, a promoção estabeleça a marca de 30 mil metros de plásticos arrecadados – cada sacola é amarrada a outra, formando uma corrente – e sejam distribuídas três mil sacolas retornáveis e cerca de duas mil sacolas retornáveis e cerca de duas mil mudas de plantas nativas.
     Outra ação que fará parte da atividade é a realização de um simpósio de conscientização. A definição da programação acontecerá nos próximos dias. A promoção tem apoio do Correio do Estado e da Geonativa Florestal, além de outros apoiadores. O material arrecadado é doado para reciclagem.
     Na avaliação de Cássio, a questão da utilização dos sacos plásticos é complexa e exige atenção de todos. “Não somos radicais, dizendo que não pode ser utilizado, mas deve acontecer de forma consciente, o consumo tem que ser inteligente”. Mais informações no endereço http://consumosustentavel.wordpress.com ou pelo telefone 9235-1404.
Foto cedida gentilmente pela jornalista Liziane. Nesta estão a jornalista, Cássio, Geraldo e Valreis.

Fonte: Correio do Estado

Um comentário:

  1. muito boa essa sua reportagem 100dias sacolas, estive recentemente na Europa, e por lá Praha, Paris, Budapeste, e Viena, nos supermercados se quizermos sacolas temos que pagar e caro para levar as mercadorias do supermercados.. muito justo, vamos todos levar nosas sacolas ao supermercado para ajudar. um abraço.

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