quinta-feira, 17 de junho de 2010

Luiz Correa é lembrado na história de Três Lagoas

        O saudoso Luiz Corrêa da Silveira foi casado com Auriela Barbosa Corrêa, com quem teve onze filhos: Jovira, Vicente, Ana, Luiz filho, Ivan, Auriela filha, José Júlio, Nilda, Urbano, Rachel e Marinice, sendo os três últimos já falecidos.
            Luiz chegou em Três Lagoas nos idos de 1920, acompanhando a família, proveniente da região paulista de Cafelândia e Novo Horizonte. Seu pai Urbano Corrêa Leite, foi o primeiro açougueiro de Três Lagoas, e a mãe, Jovira Silveira Corrêa Leite, a fundadora da Igreja Batista de Três Lagoas.
            A família era composta ainda pelos irmãos José Corrêa da Silveira (antigo dono da loja paraíso dos presentes), Vicente Correa da Silveira (Ferroviário), e Jandira Corrêa da Silveira (esposa do saudoso jornalista Vicente Leão).
            Luiz Corrêa foi um dos primeiros a abrir uma barbearia na cidade. Era o único a possuir confiança do temido pistoleiro Camisa de Couro, Antonio Joaquim Aragão, que só fazia barba e cortava cabelo com Luiz e só engraxava suas botinas com o jornalista Luiz Filho, que na época era criança.
            Luiz Corrêa foi também juiz de paz por mais de vinte anos. A época, o detentor desta função era escolhido por votação do povo, assim como o prefeito e os vereadores. O juiz de Paz era também o substituto legal do Juiz de Direito Luiz Corrêa ocupou por varias vezes este cargo.
            Homem trabalhador, honesto e disciplinado, era exemplo para muitas pessoas na cidade. Numa das vezes em que substituía o Juiz de Direito Dr. Rui Garcia  Dias, hoje Desembargador aposentado, Luiz Corrêa foi surpreendido, no meio da noite, pela visita de um grupo de amigos, entre eles políticos e autoridades locais. Eles vinham informar que o filho de Luiz, Vicente, então com 16 anos, havia sido preso no Bar Marabá por estar jogando bilhar, à época, contravenção punida com rigor. Outros dez menores haviam sido detidos e, os pais, sabendo que Luiz estava como Juiz de Direito, pediam para que ele liberasse todos. A resposta dele foi a seguinte:
            “O Delegado e os policiais fizeram o que a Lei manda e estão certos. O meu filho tem que respeitar a Lei e vai ficar preso”.
            No outro dia os garotos foram soltos, mas ficou o exemplo de dignidade, honestidade e respeito às Leis.
            Esta história é contada até hoje pelo Desembargador aposentado Dr. Rui Garcia Dias e por familiares de Luiz Corrêa entre eles seu filho Luiz Filho (Luizinho), diretor do Jornal Correio de Três Lagoas, que relembra com saudades do Pai, nosso homenageado nos 95 anos de Três Lagoas. Destacamos também que, por mais de 20 anos, foi dono do “Bar e sorveteria dos onze filhos”, na Rua Paranaíba, nº 1215, centro, próximo ao antigo Posto Texaco. Trabalhando, justamente com toda a família neste estabelecimento, completava as despesas da casa.
            Na família, agora composta por oito filhos, um do que mais se destacou foi o jornalista Luiz Corrêa Filho, Diretor do jornal Correio de Três Lagoas. Luizinho mantém também o jornal Espírita de Três Lagoas, que circula a cada dois meses a mais de 8 anos, em todo o Brasil.
            Atualmente são seis filhos fazendo sua parte no progresso da cidade – Jose Julio B. Corrêa, que é o Papai Noel oficial do município, levando alegria por onde passa; Vicente B. Corrêa é funcionário do Governo Márcia Moura. Ivan Corrêa é o único que adotou a profissão do pai, ou seja, é com a tesoura que criou três filhos. Assim como seu saudoso pai Luiz Corrêa da Silveira criou os onze filhos. Conserva em sua barbearia, a tradicional marca “São Luiz” com o slogan “Décadas de tradição”. Essa marca é mantida há mais de 80 anos. Jovira Maria é enfermeira aposentada e Nilda Maria, do lar. As outras duas filhas, Ana Maria e Auriela Filha, empresária e comerciante em Goiânia e Ilha Solteira, respectivamente.
            Luiz Corrêa deixou sua história registrada em Três Lagoas, pela humilde, perseverança e fé em Deus com que conduziu sua vida, sem jamais prejudicar alguém. Criou os onze filhos na tesoura, como barbeiro, trabalhando incansavelmente,até os últimos dias de sua vida física. Faleceu no dia 02 de novembro de 1974. Seu grande exemplo de filho dedicado, pai amoroso e amigo leal, jamais será esquecido. Legou aos filhos o espírito luta e honestidade.

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